Estou a escrever este post na última noite da minha viagem a Dresden. Foi bem engraçado. Apesar da parte chata de ser em trabalho, do primeiro dia ter sido passado a preparar a apresentação e de tudo o que é sinal nome de rua ou destino de transporte público ser indecifrável.
Mas é uma cidade muito engraçada. Morreram aqui 25000 pessoas entre os dias 13 e 15 de Fevereiro de 1945, naquele que foi o acto mais "nazi" que os aliados cometeram na Guerra. Uma cidade conhecida pela sua cultura como a Florença do norte, com todos os seus edifícios renascentistas foi destruída em 90% e 25000 civis morreram. Sim civis, a guerra nunca é bonita e até quem nos livrou do maior monstro da história recente cometeu estas atrocidades.
Depois veio o exército vermelho, alguns monumentos foram recuperados mas outros foram arrasados para dar lugar a construções rectilíneas e utilitárias "Socialist way". Depois da queda do muro algum do património recomeçou a ser reconstruído.
Apenas em 2005 por exemplo uma igreja renascentista a Frauenkirchen terminou de ser recuperada. Toda a sua zona envolvente tem ainda muita obras em curso.
Essa igreja fez-me ainda lembrar a dificuldade que seria construir estes edifícios na versão original sec XVI. Basta observar que a recuperação desta igreja custou 100 milhões de Euros! Com técnicas modernas, imaginem o tempo e custo na altura.
A cidade recuperou a sua aura de capital cultural, muito organizada limpa e eficiente como a generalidade das cidades Alemãs. Tem um encanto especial embora nos recordemos sempre que o seu charme teve de ser "reconstruído". É possível no entanto ser ainda transportado ao tempo de Augusto o grande imperador da Saxónia e responsável pela maior parte dos edifícios históricos. Sentir as festas renascentistas no terraço erguido no topo da muralha medieval, onde se ergueram academias de ciências, palacetes nobres, institutos botânicos... Onde festas ocorriam opulentas em frente ao rio elbe, bucólico com os seus prados e flores. Mas aqui também a recordação do período negro da Segunda Guerra. Uma placa recorda o dia 23 de Abril de 1940 data em que os judeus foram proibidos de entrar no terraço.
Muita História uma viagem a tempos áureos de épocas que sempre me disseram muito e que já "senti" noutras paragens e até em portugal é uma das coisas que Dresden oferece.
Quando se passeia nos jardins do palácio Zwinger enquanto um concerto de musica clássica ocorre ao ar livre, ou se entra na Frauenkirchen e somos brindados com um mini concerto de ópera. O museu com a colecção de Joias reais de Augusto o Forte, ou outro com pinturas renascentistas como os anjos de Rafael.
Mas a mim marcou-me mais a história recente que ainda se vai notando, num ou outro bloco de apartamentos a lembrar o socialismo e num ou outro Lada que ainda resiste junto dos Porches e Mercedes de agora. E na marcas do Bombardamentos. Ai pensamos no imaginário de filmes e jogos de computador com que cresci, e sinto o peso do que se terá vivido por aqui ainda há apenas 60 anos.
Agora vemos bicicletas, muitas, habitantes que se estendem nos prados do rio, que apanham flores e as colocam nos cestos das bicicletas. Aprecia-se a eficiência dos transportes o muito pouco tráfego automóvel na zona central da cidade. E a experiência de estar numa cidade onde os visitantes são quase exclusivamente alemães, onde não se vê indicações em inglês em lado nenhum nem menus de restaurantes traduzidos na rua. Sim falam inglês (até o empregado do MacDonalds) mas vê-se que não estão habituados a ter estrangeiros a circular.
Depois a conferência que foi deixar para outro post que este já vai longo, mas chega-se sozinho numa cidade desconhecida e de repente falamos com um italiano, conversa sobre turim sobre a comida italiana sobre a Alemanha. Depois cruzamo-nos com um brasileiro. Depois um Sueco que vive e trabalha em Dresden, e um Alemão. Uma Francesa que vive em Nuremberga. Uma Italiana, depois sai-se á noite com um Bielorusso e encontram-se três tipreiros dois portugueses e um brasileiro. No dia seguinte almoça-se com mais um alemão e um austríaco e enfim acaba-se a conferência.
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