terça-feira, 3 de março de 2009

Conhecer estranhos a cultura Portuguesa

Tive a tempos uma conversa com um dos meus colegas que está na Noruega em que se falou na receptividade a falar com estranhos.
Conta-me ele que apesar de um país de carácter muito mais frio e reservado que Portugal e outros países latinos na Noruega a receptividade a um contacto de um estranho é muito superior ao de Portugal, especialmente no caso das mulheres.
Penso que em Portugal prevalece na nossa mente o "não fales com estranhos" que nos é passado em criança, somos também desconfiados e assustados com as intenções de quem nos aborda.
Se é verdade que devemos estar atentos a possíveis perigos que possam advir de conhecer um estranho, não estamos por outro lado a limitar muito a nossa interacção social?
Pessoalmente tenho a teoria de que muita da infelicidade conjugal e amorosa passa por esta escassez do número de pessoas que conhecemos.
Muitas pessoas acabam por se casar ou relacionar com alguém que pode não ser compatível.
Fazem-no apenas porque é a mais agradável das pessoas que conheceu, e o medo de ficar sozinho atacou inconscientemente.
Nunca estivemos tão juntos e nunca fomos tão sozinhos.
Imaginemos todos que por um qualquer motivo queremos alargar o nosso círculo de amigos.
Pensem onde poderiam conhecer pessoas novas.
Pode ser assustador, perceber que no nosso dia a dia são raríssimas as oportunidades para conhecer alguém novo, eliminemos o abordar de alguém estranho no supermercado no shopping na rua etc. O que sobra?
Eu faço esse exercício e no meu caso sobra muito pouco...
Se juntarmos a isso a inexistência de predisposição natural de aceitar a abordagem.
E a timidez de a fazer, que resulta da resposta habitualmente antipática. Temos como resultado muitas angustias e felicidades perdidas em oportunidades que nunca o chegam a ser...

2 comentários:

  1. Com a vida adulta vem isso mesmo... a quase estagnação... conhecemos pessoas através de amigos ou no trabalho e pouco mais que isso... ou mesmo, nada mais que isso.

    Saudades dos tempos de faculdade quando tudo era fácil e espontâneo e basicamente quando não pensávamos nestas questões de solidão...

    Kiss

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  2. (Invadi)

    Sobra a net.... tenho vindo a descobrir o fantástico mundo das amizades virtuais, algumas das quais passam a amizades reais e algumas até a mais do que amizade! ;)

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