Ontem, apeteceu-me o mar.. Saí meio sem destino, mas rumo ao oeste, ao sol, ao mar. Sozinho, cansado da manhã desportiva, procurando algo... sei saber bem o quê.
Entro numa pequena praia destas aqui ao lado que me habituei a ter por perto desde que nasci, subo curioso sobre como estará o mar, penso se amanhã dará para surfar enquanto subo fazendo ranger as tábuas sob o meu peso.
Chego..., e ele lá está, á minha espera. Parece um espelho... perfeito!
O horizonte está límpido, a cidade e o cabo parecem estar ali ao pé como moldura de uma tela como cortinas de um palco.
Um levissíma brisa fresca, provoca-me um arrepio, mata-me a sede, aconchega-me...
Sinto um leve calor, é o sol! Está ali! Pronto! Á minha frente... a cena está pronta e ele prepara-se para actuar.
Procuro um lugar, sinto-me numa tela, num cenário, num espectáculo para o qual tudo está montado, sento-me num pequeno tronco... Começa a música, um cantarolar tímido, do mar que de tão calmo beija a areia com suavidade, em bequenos beijos de criança.
Oiço o trinar de um grilo..., ligam-se as luzes... holofotes cor de fogo que preenchem o Céu sob a linha do horizonte... Logo acima o Sol começa o seu bailado, vai descendo.. com suavidade. Desenha uma estrada de luz no espelho oceânico, as gaivotas dançam a seu lado como bailarinas á volta da "prima donna", um veleiro move-se lentamente por entre a faixa de fogo que enche cada vez mais o céu.
A brisa vai ficando mais fresca, mas de tão leve mal se sente, o sol vai desaparecendo no horizonte, ... O céu está escarlate no horizonte e escurece, as luzes na cidade vão surgindo como pequenos pontos... Imagino as pessoas á volta delas, a cidade que se prepara para a noite.
O sol despede-se com uma última vénia... O meu coração aplaude, a cortina escura da noite, vai descendo, termina o espectáculo... termina o teatro á beira-mar.
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